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segunda-feira, 11 de maio de 2015

MULTIOPINIÕES


Lendo alguns artigos de revistas e sites nesta semana me chamou a atenção que cada vez mais surgem textos de pessoas preocupadas com a complexidade do mundo atual e a obrigação cada vez maior de se incluir nas discussões que rolam cada vez mais rápidas de um pólo à outro. O mundo está complicado é a conclusão. Será?  É muita senha para decorar, muita lei para seguir, muita conta para pagar. É muito trânsito, muito lixo na calçada. É muito risco, muito crime, muita insegurança.
Outros não conseguem se controlar se aparece uma opinião contrária na sua rede social, tem que responder para se sentir mais tranquilizado. É preciso dar sua explicação para a apresentação em tempo recorde da princesa de três nomes. É preciso vociferar em modo viral que a frase "à preço de banana" não tem crase.
Pro Brasileiro em particular a complexidade avança em velocidade geométrica. É muito partido político, e nenhum interessado nas coisas que são importantes para você. É muita opção de trabalho, e muito pouco salário. É muita doença estranha que nunca ninguém  antes tinha ouvido falar, é muita gente morrendo. É muita gente saindo da escola sem saber ler nem escrever.
Para tentar explicar ou buscar uma saída para a complexidade do mundo é claro que surgem teóricos de todas as correntes filosóficas com a receita pronta para você coabitar com as esquisitices do mundo. A minha receita escolhida foi a da Revista Superinteressante onde num texto que tenta explicar a complexidade do mundo atual o autor totalmente complexado indica outro texto que parece ter encontrado a explanação definitiva. Chamado Complexity Rising ("O aumento da complexidade"), escrito pelo físico americano Yaneer Bar-Yam, fundador do Instituto de Sistemas Complexos da Nova Inglaterra.
Yaneer, cujo nome é complexo,  explica o que é complexidade: é o número de coisas conectadas umas às outras. Quanto mais partes um sistema tem, e quanto mais ligações existem entre essas partes, mais complexo ele é.
Acompanhado nos comentários por expressões como "brilhante", "Incrivel" e " como não pensei nisso antes?" eu me perguntei sem comentar como a multidiversidade pode ser  tão complexa para nós, os donos do universo. Resumindo, o referido guru da complexidade descobriu que o homem tem dois tipos de defesa: a externa, formada pelos ossos músculos e membros, e a interna formada pelo sistema imunológico e os neurônios. O que acontece segundo o teórico é que o homem se adaptou a evolução industrial e tecnológica apenas na parte externa, mas por dentro ainda não. Na minha opinião não é o mundo que está complexo. Prá começo de conversa o autor esqueceu ou não quis colocar o fato de que nós não alteramos porra nenhuma na natureza, aliás  nem lembra que o homem faz parte dela, portanto tudo que nos forma, como o sistema imunológico, não depende da nossa vontade e não tem que se adaptar a nosso gosto sempre que alteramos superficialmente nosso meio ambiente,  e que a adaptação às novas tecnologias ao contrário é muito fácil,  já que elas facilitam e não dificultam, nossas vidas. Por outro lado parece lógico que toda evolução criada pelo homem sem  acompanhamento didático e educativo vai se tornar complexo para os que pulam degraus. Pelo lado interno não se pode falar em evolução dentro do nosso limite de vida, cerca de cem anos, que é uma fração irrisória frente a eternidade do nosso pequeno mundo. Nosso passado deveria servir para termos uma noção de que alterações naturais levam alguns milhões de anos. Com tamanha discussão sobre a complexidade do mundo, acredito que vai passar ainda um bom tempo até que os discos voadores resolvam pousar.

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