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sábado, 25 de novembro de 2017

O QUE A BAIANA (E A DINAMARCA) TEM.

Uma reportagem sobre o reino da Dinamarca na TV fez os olhos de alguns brasileiros brilharem extasiados como se tivessem descoberto o paraíso na terra. Certamente os incautos imediatamente fizeram um paralelo com nosso continente tropical e as redes sociais apontaram o país nórdico como o modelo a ser seguido, pela nossa turba. Infelizmente, em pouco tempo de pesquisa, chegamos a conclusão de que o Brasil nunca poderia , nem poderá ser um país igual ou parecido com a Dinamarca, e não é por que "o país mais feliz do mundo" tem costumes estranhos aos nossos como o de lavar a louça e não tirar o sabão, apenas secar com um pano de prato. ou de terem banheiros, digamos minúsculos, e geralmente o chuveiro fica acima da privada, e em alguns, o mais estranho, é que o banheiro fica no meio da cozinha. A coisa pode ficar pior se o assunto for relações sociais. As relações sociais e interpessoais na Dinamarca são diferentes das que conhecemos no Brasil. Não espere   espontaneidade, e todos os compromissos – incluindo visitar amigos e familiares – são agendados com antecedência. Aparecer de surpresa na casa de alguém é um erro fatal, esta parte eu gosto.Mas a raiz de nossas diferenças é que os dinamarqueses são descendentes dos vikings.Isto já é uma grande diferença.    Também é uma loucura querer que os brasileiros se tornem iguais ou se adaptem à Dinamarca quando se sabe que a população do reino, 90% de etnia dinamarquesa,não chega a 6 milhóes de pessoas numa área total de 43 094km².. Bem menor do que a população de um dos menores estados brasileiros, o RJ, que tem 16 milhões de várias etnias numa area de 43.696 km².

Dificil imaginar que o país banhado pelo oceano atlantico desde o cabo Orange até o Chuí, numa extensão de 7 367 km, que aumenta para 9 200 km se forem levadas em consideração as saliências e as reentrâncias, seja administrado igualmente ao reino dinamarquês, que tem uma Rainha (A Rainha Margarida II da Dinamarca) que é efetivamente o chefe de estado, e sua função é essencialmente de representação máxima do Estado e do povo. Um papel cerimonial que representa a tradição e cultura enraizada do respectivo povo. O poder executivo é exercido pelos ministros, sendo o primeiro-ministro um primeiro entre iguais (primus inter pares). Portanto nada mais diferente do que a politica destas bandas. Ao contrário dos brasileiros, os de lá não gostam muito de aparecer e não são receptivos com estrangeiros, leia-se xenófobos. Talvez o dinamarquês mais conhecido seja Hans Christian Andersen, famoso principalmente devido aos seus contos de fadas, As Roupas Novas do Imperador e O Patinho Feio. Outra diferença importante é que 78,4% da população é composta por membros da Igreja Luterana, enquanto no Brasil existe uma religião prá cada um (exageros à parte). Embora, como seus vizinhos escandinavos, seja historicamente  uma das culturas mais socialmente progressistas do mundo, há que se observar seus costumes totalmente diversos do povo aqui de baixo, pode-se acusar de má fé quem fala prá galera non-viking que o Brasil poderia ser igual.Algumas diferenças comemoradas pela patrulha do politicamente correto,como a ausencia de machismo, não leva em conta que o país foi o primeiro a legalizar a pornografia em 1969, o que não é legal no resto do mundo. Oficialmente. E para quem acha que vai para o paraíso, é bom lembrar que nosso Sol e calor são artigos de luxo por aquelas bandas. A adaptação pode ser bem difícil por conta do clima. Nos meses de inverno, entre outubro e fevereiro, os dias ficam mais curtos e a luz do sol é comemorada com entusiasmo, quando aparece.Muita gente acaba tendo a chamada ‘depressão de inverno’ por conta dos dias escuros e cinzas e noites longas e frias. Mesmo no verão o calor nunca será tropical. Nada é perfeito. Uma curiosidade é que    na Dinamarca você não pode botar o nome que quiser nos seus filhos, o estado lhe propicia escolher entre os 7.000 nomes pre-estabelecidos, viu Olaf? 
Além de tudo, existem diferenças incontornáveis entre os dois povos: a modéstia, a pontualidade, e acima de tudo, a igualdade, são aspectos importantes da maneira de viver dos dinamarqueses. Alguma semelhança?
Com uma estrutura política totalmente diversa em relação ao Brasil,é fácil compreender por que os políticos dinamarqueses recebem cerca de  R$ 6 mil para legislarem em horário parcial, complementados com atividades na direção de uma orquestra, e num espaço geográfico inversamente proporcional ao tamanho do Brasil, Vivem em zonas de classe média e não possuem carro, indo a pé ao trabalho. Outro dado importante em relação ao Brasil é a polícia, que  goza de alto nível de confiança. Ser um policial geralmente é considerado uma posição relativamente de status. Isto faz jovens considerarem a carreira", recebem um "bom salário de classe média, especialmente se for levado em conta a generosa aposentadoria".
O código criminal da Dinamarca proíbe propina ativa ou passiva, abuso de poder público, peculato, fraude, lavagem de dinheiro e suborno. A tolerância à ilegalidade na Dinamarca é baixíssima não só com relação às instituições, mas até com indivíduos do convívio que infringem normas das mais simples 
A marca fatal que separa as duas sociedades é a marca social.  Os dinamarqueses historicamente passaram a confiar nos indivíduos e, além disso, em suas instituições, o que torna possivel pegar um livro em bibliotecas sem intermédio de funcionários ou deixar o bebê num carrinho enquanto entra numa loja. 
Portanto, não há como comparar Brasil e Dinamarca e nem achar que ela é um país perfeito para todos, a Dinamarca é um país feliz para os dinamarqueses. 
A confiança social que também ajuda a prevenir a corrupção, é a chave que distancia nossos povos. Quanto maior a corrupção menor a confiança da população. Por isto numa pesquisa em 86 países ao perguntarem se as pessoas confiavam uma nas outras, na Dinamarca mais 70% disseram sim, No Brasil, apenas 9%. Fim.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

AQUELE PAPO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: AS SOLUÇÕES PROPOSTAS PREJUDICAM JUSTAMENTE OS MAIS POBRES

Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal
Está em andamento a conferência anual de mudanças climáticas. O objetivo do encontro de duas semanas, conhecido como a 23ª Conferência das Partes (COP23), é negociar e descrever como implementar o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, assinado por quase 200 países em dezembro de 2015, na tentativa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Quem lê as notícias vindas de Bonn, na Alemanha, fica com a impressão de que a teoria das mudanças climáticas é dada como 100% certa para praticamente 100% dos conferencistas. Segundo esta teoria, praticamente tudo na nossa sociedade é tremendamente dependente da temperatura da superfície da terra, e, por isso, estamos caminhando para uma destruição certa e inescapável, a menos que aceitemos os conselhos dos sábios especialistas e “descarbonizemos” nossa economia. Infelizmente, entretanto, ninguém se atreveu a dizer como fazer isso, até porque ninguém sabe como.
Nas análises catastróficas dos experts da ONU, quase tudo o que acontece em nossa volta, como doenças, mortes, fomes, guerras, secas, inundações, desastres naturais, incêndios, para citar apenas alguns exemplos, de alguma forma é influenciado por emissões perniciosas de dióxido de carbono e pela alteração da temperatura média da superfície terrestre em apenas 0,9 graus Célsius.
O mais incrível é que as avaliações e previsões catastrofistas simplesmente ignoram a capacidade humana de se adaptar e prosperar em resposta aos desafios. A quintessência disso é o capítulo verdadeiramente terrível sobre a deterioração da saúde humana em razão das mudanças climáticas. Enquanto a morte, a doença e a pobreza são evocadas como consequências do aquecimento, não existe sequer uma menção ao fato de que a expectativa de vida na Terra é aproximadamente o dobro do que era em 1900, ou que a renda per capita é quase dez vezes mais do que era então. Enfatiza-se a ocorrência de doenças que de alguma forma se espalharão por causa do aquecimento, negligenciando o fato de que muitas delas eram em grande parte endêmicas no passado, quando o clima era mais frio, e foram erradicadas, justamente durante o pequeno aquecimento verificado no último século.
As gerações humanas dos últimos 150 anos, que obtiveram tantas vitórias contra as mazelas que atingiram nossos antepassados por milênios, conseguiram isso justamente graças à energia abundante, eficiente e barata proveniente da combustão de combustíveis fósseis. Pelo tom catastrofista e melancólico de seus comunicados, parece que os apologistas do fim das emissões de CO2 talvez preferissem que nenhum daqueles progressos humanos tivesse ocorrido, desde que não tivéssemos enviado tanto dióxido de carbono para a atmosfera. Que tal se esse pessoal saísse de suas salas confortáveis e refrigeradas e fosse até um dos vários locais no interior da África para ver como é o mundo sem a energia barata e abundante dos combustíveis fósseis?
Como muito bem escreveu o Dr. Jay Lehr, diretor do “The Heartland Institute”, “algum dia o mundo irá acordar e rir, quando as pessoas finalmente entenderem que tudo isso foi uma grande piada”. O problema é que estamos falando de uma piada caríssima. Ademais, os possíveis danos causados por políticas ambientais voltadas para a redução das emissões de CO2 podem ser bem maiores que os provocados pelo próprio aquecimento global, caso resolvêssemos simplesmente ignorá-lo. Se o terceiro mundo for privado de explorar seus recursos naturais, como carvão gás e petróleo, por exemplo, não só as populações desses países continuarão a sofrer com sua miséria, suas doenças e sua baixa expectativa de vida, como também jamais terão condições de proteger seu meio ambiente, como atualmente fazem os países ricos.
Como bem resumiram Roger Pielke e Daniel Sarewitz, em artigo para o Financial Times, “se, nas próximas décadas, a África alcançasse o crescimento econômico rápido, do tipo que a China tem experimentado, isso tiraria centenas de milhões de pessoas da pobreza. Mas como o mundo rico pode atestar, crescimento econômico requer consumo de energia em doses sempre crescentes – e em grande parte fornecida por combustíveis fósseis. Somente no ano passado, 1,4 bilhão de chineses foram responsáveis pela emissão de mais de 10 bilhões de toneladas de CO2, enquanto 1 bilhão de pessoas, em todo o continente africano, emitiram apenas um décimo disso. A População africana poderá exceder a da China dentro de uma década, chegando ao dobro em meados do século. Portanto, as perspectivas desses bilhões de pessoas dependem, em grande medida, do crescimento da sua produção de energia e consumo. Se quisermos reduzir as emissões sem condenar vastas áreas da humanidade à pobreza eterna, teremos de desenvolver tecnologias de energia de baixo custo e baixo teor de carbono que sejam apropriadas tanto aos EUA quanto à Bulgária, Nigéria ou Paquistão. Mas isto implicará sacrifício; exigirá investimentos de recursos significativos ao longo de muitas décadas. Até que estas tecnologias sejam trazidas à fruição, devemos trabalhar com o que temos. No mundo rico escolhemos crescimento econômico. É cruelmente hipócrita que nós tentemos impedir que os países pobres cresçam também.”
Todas estas evidências nos fariam qualquer um questionar se as mudanças climáticas são mesmo um problema científico que obteve suporte político, ou se estamos falando de ativistas e políticos que encontraram numa questão científica a forma de obter mais poder e controle. De fato, é bastante razoável intuir que as teorias escatológicas das mudanças climáticas são uma grande sacada dos modernos anticapitalistas, usadas para fazer avançar uma agenda política que favorece o planejamento central e a ação cada vez mais intrusiva de governos sobre a liberdade e a propriedade dos indivíduos.