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sábado, 22 de agosto de 2015

SOBRE OS CURDOS

 
Ao contrário dos povos oriundos dos países onde habitam, os Curdos não tentam fugir pra Europa.
Permanecem nas cidades em que vivem à margem e lutam para conquistar um território independente curdo.  
O número exato de curdos vivendo no Oriente médio não se sabe, devido à falta de recenseamentos recentes e à relutância dos vários governos das regiões habitadas por curdos em fornecer dados importantes.
De acordo com o CIA Factbook, os curdos compreendem 20% da população da Turquia, de 15 a 20% no Iraque, possivelmente 8% na Síria, 7% no Irã e 1,3% na Armênia. Em todos estes países com exceção do Irã, os curdos são o segundo maior grupo étnico. Aproximadamente 55% dos curdos no mundo vivem na Turquia, 20% no Irã, 20% no Iraque e um pouco menos de 5% na Síria. Estas estimativas estabelecem o número total de curdos entre 27 e 36 milhões.
Há outras fontes que registram uma população maior de curdos que a que está acima. Além disso, estima-se que os curdos, especialmente na Turquia, têm um índice de natalidade quase 50%  a mais que os  turcos.
NA TURQUIA - Aproximadamente metade de todos os curdos vivem na Turquia. eles representam 18% da população, 14 milhões de pessoas. Eles estão predominantemente distribuídos no sudeste do país.
O Partiya Karkerên Kurdistan (PKK) (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), também conhecido como KADEK , é considerado pelos EUA e pela União Europeia como sendo uma organização terrorista dedicada a criar um estado curdo independente em um território (tradicionalmente referido como Curdistão) consistindo de partes do sudeste da Turquia, nordeste do Iraque, nordeste da Síria e noroeste do Irã. É uma organização étnica separatista que usa a força e ameaça de força contra alvos civis e militares com o propósito de alcançar seus objetivos políticos.
Entre 1984 e 1999, o PKK e o exército turco entraram em guerra aberta, e a maior parte do interior do país no sudeste foi despovoada, com os civis curdos sendo deslocados para outros locais  assim como para cidades da Turquia ocidental e até mesmo para a Europa ocidental. As causas do despovoamento incluem atrocidades do PKK contra clãs curdos que eles não podiam controlar, a pobreza do sudeste, e as operações militares do estado turco. A Human  Rights Watch documentou várias ocorrências onde os militares turcos evacuaram vilas com uso de força, destruíndo casas e equipamentos para evitar o retorno dos habitantes. Estima-se que 3.000 vilas e aldeias curdas na Turquia foram verdadeiramente varridas do mapa, o que representou o deslocamento de mais de 378.000 pessoas.
NO IRAQUE - Em 1970, o Iraque anunciou um plano de paz contemplando a autonomia curda. O plano seria implementado em quatro anos. No entanto, ao mesmo tempo, o regime iraquiano iniciou um programa de arabização nas regiões ricas em petróleo. O acordo de paz não durou, e em 1974, o governo iraquiano iniciou uma nova ofensiva contra os curdos. Além disso, em março de 1975, Iraque e Irã assinaram o Pacto de Argel, de acordo com o qual o Irã cortava suprimentos para os curdos iraquianos. O Iraque iniciou outra onda de arabização enviando árabes para os campos de petróleo no Curdistão, e entre 1975 e 1978, duzentos mil curdos foram deportados para outras regiões do Iraque.
Durante a guerra Irã-Iraque na década de 1980, o regime implementou políticas anticurdos e uma guerra civil de facto eclodiu. O Iraque foi amplamente condenado pela comunidade internacional, mas nunca foi seriamente punido pelos meios opressivos que utilizou tais como assassinato em massa de centenas de milhares de civis, a destruição generalizada de milhares de aldeias e a deportação de milhares de curdos para o sul e o centro do Iraque. A campanha do governo iraquiano contra os curdos em 1988 foi chamada Anfal ("Pilhagem de Guerra"). Os ataques Anfal levaram à destruição duas mil aldeias e entre 50 e 100 mil curdos foram mortos.
Após o levante curdo de 1991 (em curdo: Raperîn) liderado pela União Patriótica do Curdistão  e pelo Partido Democrático do Curdistão, tropas iraquianas recapturaram as regiões curdas e centenas de milhares de curdos fugiram pelas fronteiras. Para suavizar a situação, uma "zona de exclusão" foi estabelecida pelo Conselho de Segurança da ONU. A região autônoma curda ficou sendo controlada por partidos rivais. A população curda recebeu com prazer as tropas americanas em 2003. A área controlada pelas forças curdas foi expandida, e os curdos agora têm o controle efetivo em Kirkuk e em partes de Mosul. No início de 2006, as duas regiões curdas foram unidas em uma região unificada.
Nos anos recentes, lutas intensas ocorreram entre os curdos e o estado iraniano entre 1979 e 1982. Em agosto de 1979, o Aiatollá Khomeini  declarou uma "guerra santa" contra os curdos. Uma fotografia de um pelotão de fuzilamento da Guarda Revolucionária executando prisioneiros curdos ganhou fama internacional e venceu o Pulitzer em 1980. O Corpo de guarda da revolução Islâmica  atacou as regiões curdas para restabelecer o controle do governo iraniano; como resultado, cerca de dez mil curdos foram mortos. Desde 1983, o governo iraniano mantém o controle sobre todas as áreas habitadas pelos curdos. Intranquilidade frequente e tomadas de posições militares têm ocorrido desde a década de 1990.
NA SÍRIA -  curdos são cerca de 15% da população da Síria, o que corresponde a cerca de 1,9 milhão de pessoas. Isto faz deles a maior minoria étnica no país. Eles estão majoritariamente concentrados no nordeste e no norte mas há também populações curdas significativas em Damasco. Eles falam com frequência curdo em público, a menos que todos os presentes não o façam. Os ativistas de direitos humanos curdos são maltratados e perseguidos. Nenhum partido político é permitido a qualquer grupo, curdo ou não.
As técnicas usadas para suprimir a identidade étnica dos curdos na Síria incluem várias proibições do uso da língua curda, recusa em registrar crianças com nomes curdos, substituição de nomes de lugares curdos com novos nomes em árabe, proibição de negócios que não tenham nomes árabes, proibição de escolas privadas curdas e proibição de livros e outros materiais escritos em curdo. Com o direito à nacionalidade síria negado, cerca de trezentos mil curdos são privados de quaisquer direitos sociais.
                                                  
 OS PESMERGA
Peshmerga é um grupo curdo armado e de elite, que combate pelo Curdistão e reivindica a criação de um Estado para os seus cidadãos, que estão espalhados por territórios atribuídos ao Iraque, à Síria e à Turquia. Tem mais de 200 000 militantes, onde se incluem homens e mulheres. Os Peshmerga têm sido uns dos mais duros inimigos do Estado Islâmico, desde que o grupo explodiu na cena internacional aterrorizando o mundo com participações em várias frentes de guerra e decapitações de ocidentais, e que é o responsável também pela nova onda de imigrantes que tentam chegar a Europa e que morrem às centenas na tentativa.
Nas fileiras Peshmerga, ao lado de homens que lutam arduamente pelos seus ideais da criação de um Estado curdo e para não se deixarem vencer por terroristas que matam em nome do Islã estão várias mulheres. Mulheres de armas.
Devido aos avanços do Estado Islâmico, os Peshmerga têm sido cruciais na defesa de territórios curdos. As soldadas que treinam no Iraque embora apresentem  pouca experiência em cenário de guerra, têm demonstrado vontade em lutar contra os inimigos.
Independentemente da situação em que vivem são muitas as mulheres que querem defender aquilo em que acreditam. E com o avanço do EI elas sabem que se forem capturadas irão mergulhar no fogo do inferno. Por isso há casos em que uma das soldadas de apenas 24 anos, está grávida mas recusa-se a deixar de treinar com o restante das combatentes.
Em Kobani, duas soldadas curdas sírias lutaram e tentaram resistir às investidas dos jihadistas. Com plena consciência do que lhes aconteceria se caíssem nas mãos do Estado Islâmico, Ceylan Ozalp (19 anos) e Arin Mirkan (mãe de dois filhos) escolheram o seu próprio destino, quando perceberam que não conseguiriam contar a força do grupo terrorista. Para não se submeterem a torturas, violações, vergastadas e decapitações, ambas as combatentes colocaram termo à própria vida. Ceylan com a última bala de que dispunha na sua arma e Arin fez-se explodir, numa ação inédita utilizada por um soldado curdo. As duas mulheres são hoje consideradas “mártires” pelos curdos
 

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