Tarde demais diria eu, para algumas gerações, finalmente começaram a acender algumas luzes vermelhas em setores ligados à educação no país, como li num artigo em que notaram o aumento na populaçao de alunos, talvez quem sabe , devido ao aumento da população de brasileiros. Curiosamente, a população de estudantes parece diminuir. Paradoxo? Parece, mas talvez não seja.
No texto de Thomaz Wood Jr. (Carta na escola- Carta capital) Aluno é aquele que atende regularmente a um curso, de qualquer nível, duração ou especialidade, com a finalidade de adquirir conhecimento ou ter direito a um título. Já o estudante é um ser autônomo, que busca uma nova competência e pretende exercê-la. O aluno recebe. O estudante busca. Quando o sistema funciona, todos os alunos tendem a se tornar estudantes. Quando o sistema falha, eles se separam. É o que parece ocorrer no Brasil: enquanto o número de alunos matriculados aumenta nos ensinos fundamental, médio e superior cresce, se torna mais claro o desaparecimento de estudantes.
A Doutrina implantada pelo governo nos últimos tempos, tanto nas familias como nas escolas, tornou a legião da alunos uma massa de espectadores passivos de um processo no qual deveriam atuar como protagonistas.
Alunos entram e saem da sala de aula em bandos malemolentes, sentam-se nas carteiras escolares como no sofá de suas casas, diante da tevê, a aguardar que o show tenha início. Após 20 minutos, vêm o tédio e o sono. Incapazes de se concentrar, eles espreguiçam e bocejam. Então, recorrem ao iPhone, à internet e às mídias sociais. Mergulhados nos fragmentos comunicativos do penico digital, lambuzam-se de interrogações, exclamações e interjeições. Ali o mundo gira e o tempo voa. Saem de cena deduções matemáticas, descobertas científicas, fatos históricos e o que mais o plantonista da lousa estiver recitando. Ocupam seu lugar o resultado do futebol, o programa de quinta-feira e a praia do fim de semana.
É também minha opinião que as razões para o aumento do número de alunos são conhecidas: a expansão dos ensinos fundamental, médio e superior, ocorrida aos trancos e barrancos, nas últimas décadas. A qualidade caminhando trôpega, na sombra da quantidade. Já o processo de extinção dos estudantes apontam para o que foi urdido e programado pelos educadores de esquerda. A retirada da responsabilidade dos pais pela educação básica e a autoridade dos professores na escola, tudo posto na cartilha de fazer malandros, a ECA. Resultando no fruto mais amargo de uma sociedade doente cercada de corrupção, que festeja o consumismo e o prazer raso e imediato, que despreza o conhecimento e celebra a ignorância, e que prefere a imagem à substância.
Especialistas de índole crítica advogam que os estudantes estão em extinção porque a própria escola tornou-se anacrônica, tentando ainda domesticar um público do século XXI com métodos e conteúdos do século XIX. Aqui e acolá, disfarçam o conservadorismo com aulas-shows, tablets e pedagogia pop. Tentam mudar, mas tudo continua imutável.
O que os observadores não notaram é que a ideologia plantada sub-repticiamente ao longo dos anos pela tribo esquerdista, tratou de acabar com alguns valores sem os quais nenhuma sociedade sobrevive. Causa da dificuldade que os jovens de hoje enfrentam para amadurecer e desenvolver-se intelectualmente. A permissividade, ou falta de autoridade, criou uma geração mimada, infantilizada e egocêntrica, incapaz de sair da pensar por sí mesma e olhar além do umbigo. São crianças eternas, a tomarem o mundo ao redor como extensão delas próprias, que não conseguem perceber o outro, mergulhar em outros sistemas de pensamento e articular novas ideias. Repetem clichês. Tomam como argumentos o que copiam e colam Wikipédia e do que mais encontram nas consultas ao Google. E criticam seus mestres, incapazes de diverti-los e de fazê-los se sentir bem, como tentam seus pobres pais. Para os novos alunos, futuro da nação brasileira, aprender cansa. Pensar dói.
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