Raimundo Bento Sotero
Sotero foi meu companheiro no inesquecível 4º Grupo da Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará. Calado, respeitoso e observador, quase nao mostrava naquele tempo sua alma de Poeta que veio a emergir depois. Afastados por longo tempo ao trilhar caminhos diferentes, só recentemente descobri seu paradeiro em Camocim, no Ceará, sua terra natal, e tomei conhecimento pelo Face da sua obra que já é vasta, e bebe da sensibilidade humana até a ultima gota.
Pra quem sente as sutilezas das emoções emanadas do ser humano, um poema de Sotero.
AMOR QUE NÃO TEM FIM
Só tem valor aquilo que se quer.
Quando se tem, já não tem mais valor!
Quem poderia, pois, isto supor?...
De tudo o que se quis foi-se o mister!
De tudo o que se quis foi-se o mister!
Coisa banal, um traste qualquer!
Espinho, só espinho em vez de flor!
Jornal que, lido, já não tem leitor!
Homem sem casa; casa sem mulher!
Também no amor se encaixa tal verdade:
Quando se quer, mas fica na vontade,
A esse amor mais e mais se vive entregue!
Porque tudo na vida é mesmo assim
E, dos amores, o que não tem fim
É aquele que se quer; mas não consegue!
Nenhum comentário:
Postar um comentário