Você sabe, todo mundo está revoltado, o país está em ebulição, e todo mundo reclamando mas, cada um atira para todos os lados, ninguém sabe realmente o que quer ou o que fazer, até mesmo as autoridades que em última instância são responsáveis pelo caos que se abateu sobre o país a um passo das olimpíadas.
Eu, na minha visão retroativa miro numa instituição que há tempos estampei no Facebook perguntando: serve prá que mesmo? O Senado.
Passaram-se trinta anos desde a promulgação da última constituição e a instituição responsável pelo aperfeiçoamento das leis afim de fechar as brechas da edição pulverizada que abrange todos os costumes,ritos e culturas dos tupiniquins, preferiu se aperfeiçoar no sistema nada republicano de fazer barganhas entre os 500 partidos políticos para ver quem ganhava mais poder.
Transformado numa grande familia em que os membros brigam entre sí e ajudam uns aos outros, esqueceram seu trabalho encurtado em tres dias por semana para se dedicarem inteiramente a suas causas pessoais que incluem não raras vezes consultas as suas contas na Suiça ou outros paraísos fiscais, que aliás estão se tornando paraísos cada vez mais perigosos.
Esqueceram em todos estes anos de fiscalizar o Executivo, ao contrário, barganharam e dividiram com este a seu bel-prazer o dinheiro dos contribuintes.
Quando a populaça começou a encher o saco diante da cara de pau cada vez mais debochada dos eleitos pela própria e começou a sair prá rua, os acostumados, ou mal-acostumados parlamentares acharam que meia duzia de palavras bastaria para por as coisas no seu devido lugar. Bummm!
Após o estouro da boiada, e o advento da Operação Lava-jato, o pânico começou a se instalar nos prédios antes inexpugnáveis dos dois poderes.
Agora descobre-se que ninguém sabe o que fazer com uma crise politica monumental acrescida de um rombo econômico fodástico e com uma revolta popular de enormes proporções.
Vimos que a cãmara dos deputados não sabe como fazer uma eleição para iniciar o rito do impeachmeant, não há um mecanismo para retirar corruptos das presidências de nenhuma das casas e o pobre povo brasileiro tem que passar a vergonha a nível mundial de ter que conviver com três suspeitos (ainda não julgados) comandando a câmara, o senado e o executivo, três instituições máximas do poder.
Pela irresponsabilidade daqueles eleitos pelo povo exatamente para tratar dos assuntos de interesse do país, e pela nossa irresponsabilidade de eleger as velhas raposas para cuidar do galinheiro, as brechas da lei deixadas para beneficiar as falcatruas e atos não-republicanos, tornaram nossa constituição uma colcha de retalhos que nem o STF consegue interpretar. Não se consegue prender ninguém por tráfico de influência, nem que ele ganhe uma torre exclusiva da Oi.
Não por acaso, quem governa ou dita os ritmos políticos no país é o STF.
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