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terça-feira, 9 de junho de 2015

MUSE DRONES
 
 
Que falta faz ver discos serem lançados com alguma coisa que vale a pena ouvir, como há vinte anos atrás. Drones, o sétimo disco da banda inglêsa Muse é uma fonte no deserto. Sem ser um  Black Holes and Revelations , o melhor disco do grupo lançado em 2006, traz algumas obras genuinamente Muse e ainda mistura AC/DC com Queen. Mas o importante na obra do trio é que o Muse é uma das poucas bandas que ainda propõe discussões e faz pensar, embora isso não seja novidade desde os primeiros discos. Bellamy (vocal e guitarra), Christopher (baixo) e Dominic (bateria), continuam em Drones a delatar o estado caótico da sociedade cada vez mais cheia de indivíduos solitários, mas dependentes. E como os discos anteriores, com inclinações para teorias de segredos que dizem ser da conspiração.
Drones, se vira para as guerras modernas, espionagem com os drones e a ética que envolve cada vez mais o fim da privacidade humana, a globalização e a manipulação das sociedades por um poder cada vez mais forte e quase imperceptível. A capa é um cartão de apresentação, como antigamente eram os discos de vinil, e é de fácil compreensão, mas você começa a raciocinar ao ouvir Defector, (coral lembrando o Queen) uma das melhores do disco, que propõe uma deserção da sociedade tal como está, com direito a um discurso de JFK na introdução.
 
 

 
Por motivos ligados a minha origem no espaço músico-temporal (sentimental) a minha música preferida é Mercy, a balada que lembra de novo o Queen, uma muralha sonora entrecortada pela voz perfeita de Bellamy, embora tenha ficado bem melhor nas apresentações ao vivo, mas para quem gosta do som multidiversificado da banda  há outras pérolas como The Handler e The Globalist. Achei que  Dead Inside tem uma referência talvez não intencional ao... Information Society.  Reapers é a musica que mais tem a ver com o conceito do disco, por falar exatamente sobre os drones, com uma batida tipo AC/DC, antecipando um futuro em  que talvez sejamos todos alvos.  Drones, a música que dá nome ao disco é uma oração final, um lamento por ser possível agora matar sem sair da segurança da sua casa.
Mas o Muse não discute apenas as máquinas de espionagem, mas também todo o controle mental que acaba transformando as pessoas em seres também programados ideologicamente e alienados. (Qualquer semelhança com o que o PT está fazendo no Brasil é mera coincidência) O que Drones, o álbum, alerta é que o controle está tomando uma forma globalizada. Here comes the Drones.
 

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