MUSE DRONES
Que falta faz ver discos serem lançados com alguma coisa que vale a pena ouvir, como há vinte anos atrás. Drones, o sétimo disco da banda inglêsa Muse é uma fonte no deserto. Sem ser um Black Holes and Revelations , o melhor disco do grupo lançado em 2006, traz algumas obras genuinamente Muse e ainda mistura AC/DC com Queen. Mas o importante na obra do trio é que o Muse é uma das poucas bandas que ainda propõe discussões e faz pensar, embora isso não seja novidade desde os primeiros discos. Bellamy (vocal e guitarra), Christopher (baixo) e Dominic (bateria), continuam em Drones a delatar o estado caótico da sociedade cada vez mais cheia de indivíduos solitários, mas dependentes. E como os discos anteriores, com inclinações para teorias de segredos que dizem ser da conspiração.
Drones, se vira para as guerras modernas, espionagem com os drones e a ética que envolve cada vez mais o fim da privacidade humana, a globalização e a manipulação das sociedades por um poder cada vez mais forte e quase imperceptível. A capa é um cartão de apresentação, como antigamente eram os discos de vinil, e é de fácil compreensão, mas você começa a raciocinar ao ouvir Defector, (coral lembrando o Queen) uma das melhores do disco, que propõe uma deserção da sociedade tal como está, com direito a um discurso de JFK na introdução.
Mas o Muse não discute apenas as máquinas de espionagem, mas também todo o controle mental que acaba transformando as pessoas em seres também programados ideologicamente e alienados. (Qualquer semelhança com o que o PT está fazendo no Brasil é mera coincidência) O que Drones, o álbum, alerta é que o controle está tomando uma forma globalizada. Here comes the Drones.
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