DO BLOG " NO FRONT DO RIO" 5/6/2014
ROCK E FUTEBOL
O presente te condena
A trajetória do futebol brasileiro tem semelhanças com os rumos tomados pelo rock (não o que chamam de rock brasileiro, um ectoplasma, mas o bom e velho rock de verdade). O rock acabou ali pela metade dos anos 70, a década em que o futebol brasileiro chegou à maturidade, o auge de uma era de ouro que começou nos cinquenta. Depois disso, ambos desandaram.O futebol brasileiro ainda conquistou duas Copas, mas com um futebolzinho que já era um pastiche, assim como o rock andou enganando com um ou outro grupo, mas nem um (o futebol tupiniquim) nem outro (o rock velho de guerra) conseguiu desfazer a evidência de que estavam descendo a ladeira.
A era dos grandes craques brasileiro terminou nos 70 (e o aparecimento posterior de um Romário, o grande ponto fora da curva, e em escala mais abaixo, de um Falcão, um Sócrates e mais ninguém foi apenas a exceção à regra). Também na música, depois de Hendrix, Janis e as grandes bandas de virtuoses que se esgotaram naquela década, nada mais prestou - à exceção do fenixiano Pink Floyd, que se reinventou, de um Dire Straits aqui, de um Sting ali e mais nada.
Ambos, rock e futebol brasileiro, são hoje fantasmas que só provocam suspiros de lamentação, principalmente quando comparados ao que foram, e vivem daquilo que, enfim, interessa ao show biz: de um passado incapaz de lhes injetar alguma dose, mínima que seja, de criatividade, de um caminho fácil para enganar trouxas e, claro, por conta deles, multiplicar lucros.
Por último, a última semelhança entre os dois: enquanto o rock pagou, há alguns anos, um de seus maiores micos na tentativa de reeditar Woodstock, o futebol brasileiro patina também nesse tremendo King Kong que é a tentativa de vender a Copa do Mundo tupiniquim como espetáculo que valha um único minuto de atenção. Não vale.
Enviado por Cesar Tartaglia
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