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terça-feira, 10 de junho de 2014

O FUTEBOL E O ROCK

DO BLOG " NO FRONT DO RIO" 5/6/2014
ROCK E FUTEBOL
O presente te condena
A trajetória do futebol brasileiro tem semelhanças com os rumos tomados pelo rock (não o que chamam de rock brasileiro, um ectoplasma, mas o bom e velho rock de verdade). O rock acabou ali pela metade dos anos 70, a década em que o futebol brasileiro chegou à maturidade, o auge de uma era de ouro que começou nos cinquenta. Depois disso, ambos desandaram.
O futebol brasileiro ainda conquistou duas Copas, mas com um futebolzinho que já era um pastiche, assim como o rock andou enganando com um ou outro grupo, mas nem um (o futebol tupiniquim) nem outro (o rock velho de guerra) conseguiu desfazer a evidência de que estavam descendo a ladeira.
A era dos grandes craques brasileiro terminou nos 70 (e o aparecimento posterior de um Romário, o grande ponto fora da curva, e em escala mais abaixo, de um Falcão, um Sócrates e mais ninguém foi apenas a exceção à regra). Também na música, depois de Hendrix, Janis e as grandes bandas de virtuoses que se esgotaram naquela década, nada mais prestou - à exceção do fenixiano Pink Floyd, que se reinventou, de um Dire Straits aqui, de um Sting ali e mais nada.
Ambos, rock e futebol brasileiro, são hoje fantasmas que só provocam suspiros de lamentação, principalmente quando comparados ao que foram, e vivem daquilo que, enfim, interessa ao show biz: de um passado incapaz de lhes injetar alguma dose, mínima que seja, de criatividade, de um caminho fácil para enganar trouxas e, claro, por conta deles, multiplicar lucros.
Por último, a última semelhança entre os dois: enquanto o rock pagou, há alguns anos, um de seus maiores micos na tentativa de reeditar Woodstock, o futebol brasileiro patina também nesse tremendo King Kong que é a tentativa de vender a Copa do Mundo tupiniquim como espetáculo que valha um único minuto de atenção. Não vale.
Enviado por Cesar Tartaglia  

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