O Brasil voltou a ser assunto de uma reportagem da edição da revista britânica “The Economist” para as Américas. Intitulado “Festejando à beira do precipício”, o texto fala da pausa que a população costuma fazer durante o carnaval. E lembra que os políticos voltarão do recesso de fim de ano poucos dias antes do feriado começar, ou seja, os trabalhos só devem ser de fato retomados após o fim da folia.
O Mundo desenvolvido não consegue entender como um país que está no meio de duas crises severas, politica e econômica, começa a festejar o carnaval duas semanas antes e sem ter o que festejar. Para a publicação, nem o aparecimento do vírus zika fez o governo e os congressistas sairem do recesso para tomarem providencias e começar algum trabalho, como se o carnaval fosse mais importante que qualquer crise.
“Quando os políticos retornarem aos trabalhos eles podem se arrepender do tempo que passaram sem tentar resolvê-los”, afirma a reportagem.
Se o mundo mais desenvolvido pudesse entender, a cultura e os costumes brasileiros, não ficaria tão espantado. Não é de agora que o país brinca na beira do precipício. Mas quem brinca? ora, o povo brasileiro. Apesar de uma parcela mais esclarecida ter começado a lutar por mudanças a herança cultural que nos deixa paralisado sem perspectiva de crescimento é mais forte, e acabamos descendo a ladeira.
Alguns se perguntam por que o Brasil não alcança patamares iguais aos da América e Europa, prósperos e seguros, por que tudo parece ir pro lado errado? Existe uma crise politica, uma crise econômica, crise na segurança pública, crise na saúde, epidemias não controladas, mas ao contrário do que se entendia no passado , fica cada vez mais claro que os culpados não são os sistemas de governo, o colonialismo ou mesmo as politicas econômicas, mas a cultura (burra) brasileira. São as crenças e a mentalidade que não evoluiu em nenhum dos seus fundamentos. A forma como os brasileiros escolheram viver suas vidas de forma miserável, compartilhando uma sociedade que dança à beira do precipício.
Existem grandes diferenças entre nós e o mundo mais justo e civilizado. Isso se observa ao chegar nestes países e em conversas com quem mora fora do Brasil ou mesmo com estrangeiros que visitam o Brasil.
A pretensa liberdade que apregoam por aqui na verdade é mais abandono, e criadora da pior praga para a segurança que é a impunidade.
Sem senso de Justiça e responsabilidade por parte dos governantes ficamos pousados em cima de areia movediça, sem consciência social, mas sustentados pelo egoísmo.
Diferente de povos assentados em bases mais sólidas nos destacamos não só pelo egoismo mas também pela vaidade, pela condescendência e pela irresponsabilidade..
Tente imaginar as centenas de prefeituras dos municipios espalhados pelo Brasil todos com seus esquemas de desvio de dinheiro,dos nossos impostos, sem que meia dúzia de pessoas proteste. Veja as milhares de pessoas nas ruas brincando carnaval e se tem o diagnóstico dos nossos males.
Aqui os ladrões de todas as camadas tem justificativas que validam seus crimes, e todos se julgam inocentes.
Ninguém nota mas o brasileiro prejudica qualquer um para beneficiar os seus, e se acha um herói. O Brasileiro só clama por justiça quando um dos seus, da sua familia, é atingido por uma bala e morre por não conseguir ser atendido num hospital. Enquanto não lhe atingir está tudo bem.
Vaidade, ostentação é considerado um insulto nos EUA. Um estrangeiro que viveu no Brasil achou engraçado descobrir que o brasileiro não se importa de pagar caro ou cinco vezes mais por uma roupa de marca, ou de contratar empregadas para fazerem o que eles podem fazer, apenas pela percepção de se mostrarem mais abonados. O Brasileiro também acha o máximo pagar tudo parcelado. Somente para mostrar que podem ter aquela TV maior do que a parede do quartinho, quando na realidade, vão pagar três vezes mais pela TV e com um dinheiro que vai fazer falta depois.
Este é o mesmo motivo que leva o brasileiro que nasceu pobre nas últimas décadas, a matar por causa de uma bicicleta. Eles querem de qualquer maneira se mostrarem bem sucedidos, amparados pela impunidade e pela nossa condescendência, que faz com que os meliantes contem com nossa boa vontade em vez de ensina-los a serem responsáveis na forma da lei. Somos uma sociedade que chegou a um ponto de acreditar que o único jeito de se dar bem é mentindo,corrompendo ou matando.
Enquanto chineses e japoneses abominam férias, o brasileiro adora os feriados. Não que seja preguiçoso, o carnaval mostra que o povo tem energia de sobra, mas só que é canalizada para o efêmero ao invés da produtividade, e com a preciosa anuência dos governos e mídia em geral. Amparando os transgressores e punindo os que fazem o minimo com alguma honestidade, o país foi ficando cada vez mais impedido de sair da merda em que está e ainda criou espaços para a instalação de líderes medíocres como Lula e Dilma, entre outros.
O Pior legado desta cultura esnobe e superficial é a falta de perspectiva para as gerações que estão chegando e que ainda estão por vir, o Brasil vai piorar muito antes que surja alguma luz no túnel. Os governos corruptos que se abasteceram do Brasil nos últimos mandatos deixaram o país na beira do precipício realmente, embora quase ninguém pareça notar. Mesmo tirando Dilma e o PT, o mal já está instalado e com a conivência dos brasileiros, portanto a conta chegou e é só o começo.Os brasileiros que estão crescendo agora vão ser vítimas das oportunidades perdidas, e o que era pra ser conquistado não está mais disponível. Os melhores anos da economia mundial não foram aproveitados pelos governantes para fazerem o país crescer ou se manter pelo menos estável.Não é só democracia, o dólar, não se tira pessoas da pobreza com dinheiro da saúde e educação de todos, o problema somos nós e nossa mania de celebrar a estupidez.
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