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domingo, 23 de março de 2014

FALSOS REGIMES

Para quem não sabe, no dia 19 de março de 1964  uma multidão avaliada entre 200 e 800 mil pessoas em S. Paulo, junto com outras manifestações em vários estados, saiu ás ruas pedindo uma intervenção militar para tirar o governo pro-comunismo de João Goulart. Todos sabem que na época em questão, o mundo era dividido em dois blocos, o comunista dirigido pela extinta URSS  e o capitalista pelos EUA, em permanente estado de tensão, a chamada guerra fria.  A passeata surtiu efeito, pois onze dias depois, no dia 1 de Abril, os militares tomaram o poder e o Marechal Humberto de alencar Castelo Branco foi colocado na Presidência da Republica, dando incio a 20 anos de ditadura militar.
Capa do Jornal do Brasil do dia 20 de março de 1964, exatos 50 anos atrás (Jornal do Brasil/Reprodução)
















Capa do Jornal do Brasil de 20 de Março de 1964

Hoje, embora a situação politica mundial seja completamente diferente,os brasileiros mais antenados começam a  desconfiar que no modo de condução das políticas no novo regime tem alguma coisa de errado.  A manipulação política de varios setores, a falta de transparencia, a corrupção sem controle, deixa a impressão de que este não é o regime democrático que a população brasileira queria. Não estamos agora com medo de virar Cuba, mas podemos virar uma Venezuela, seguindo um caminho contrário ao do México e Chile que estão com um crescimento saudável e inflação controlada.
Os defensores da nova marcha reinvidicam uma intervenção militar para por as coisas nos trilhos.
Acabar com a corrupção, retirar do poder politicos corruptos, moralizar os tres poderes e convocar eleições para um governo constituido de gente capacitada e de ficha limpa.
A maioria do povo quer  isso, mas não com a intervenção militar. O regime militar que se transformou numa Ditadura por força de ações de grupos extremistas, foi nos últimos trinta anos execrado como "os anos de chumbo", tanto pela imprensa, que não engoliu o periodo de censura, como pelos esquerdistas derrotados que tomaram o poder e agora não querem larga-lo nem a pau.
Mas ninguem quer saber de ditadores, nem eu. Odeio Hitler, Pinochet e Pol Pot, A democracia é o melhor dos regimes sem dúvidas, a dúvida é se estamos numa democracia.
Com isenção, comparando o regime militar com a gestão dos últimos governos democráticos brasileiros, vamos avaliar algumas questões para ver se estamos melhor ou pior:
INFRAESTRUTURA - As maiores obras de infraestrutura do país datam do regime militar,estradas, portos, usinas nucleares e usinas hidrelétricas. Não há muito para discutir.
EDUCAÇÃO - Nunca ouvi um debate comparativo, mas já ouvi muita gente importante falando que o ensino publico era de qualidade há 30 anos atrás, e o superior também, visto que os mais engajados politicamente eram todos estudantes universitários.Hoje a educação está no nivel dos paises africanos, não há mobilização nas universidades, e não vale argumentar que a  população aumentou, isso é muito óbvio.
SEGURANÇA - Tortura e perda dos direitos humanos na era militar é a parte negra explorada ao exaustão pela esquerda brasileira e pela Imprensa. Abusos cometidos pela policia , desparecimento de pessoas, tudo foi posto na conta dos governos militares. Hoje os abusos não tem responsáveis, centenas de homens armados em comunidades pobres não são combatidos, pode-se levar um tiro e morrer impunemente a qualquer momento, não se anda sem medo em lugar algum. O número de mortos pela violência  por  ano nas grandes cidades é muitissimo superior ao dos anos de chumbo.
TRANSPORTES - O trem foi um meio de transporte muito popular durante o regime militar, depois foi abandonado pelos governos posteriores e retomado em algumas cidades usando as mesmas estruturas antigas, sem modernização. Havia também nas capitais linhas de ônibus estatais a preços populares, bancados pelo governo. Hoje, todo mundo sabe como estão estes transportes.
CORRUPÇÃO - É justo dizer que houve corrupção no regime militar, como existe hoje? como nada era revelado pela imprensa supõe-se que a corrupção corria solta, mas o que estranho é que não aparece relatos, alguma testemunha, alguem que abra a boca para delatar algum ministro corrupto que tenha mandado alguns milhões para o exterior. Como não há provas, deveria haver o beneficio da dúvida. De qualquer forma, não há como comparar com a rede de corrupção atual.
ECONOMIA - As duas fases politicas no Brasil foram afetadas pela economia mundial,  e são fases bem diferentes. Na fase militar, houve um periodo de crescimento nunca alcançado pelos governos eleitos pelo povo, com os recursos que tem o Brasil deveria estar pelo menos no nivel dos outros Paises emergentes, mas mesmo com a economia maquiada não cresce 3% ao ano.
CONCLUSÃO - Bem, acho que uma intervenção militar não vai por o Brasil nos trilhos, a não ser temporáriamente, cada povo tem o governo que merece. Como não há muitas alternativas,  o melhor mesmo é se conformar com os governos que a população coloca no poder e esperar um dia um milagre, uma revolta popular que tire de vez dos cargos publicos aqueles que estão lá para legislar em causa própria. Mas parece que vai demorar.











































































Gerson Freitas (21/03/2014 11:58:45) Eu falei que é o "efeito colateral". Não estou dizendo que a eleição desses indivíduos é ilegítima. Estou dizendo que eles se elegem de maneira democrática para, em seguida, tentarem criar mecanismos institucionais que os perpetuem no poder, tais como o uso das estatais com fins políticos, programas de governo paternalistas e populistas, tentativa de controle da imprensa, compra de votos de parlamentares (!!!), povoamento do judiciário, etc... Infelizmente as pessoas confundem criticar atitudes políticas e econômicas (o que os partidos de esquerda souberam fazer tão bem entre 1988-2002) com tentativas de golpe. A maior parte da América Latina está indo por esse barco, lamentavelmente. E os dados macro e microeconômicos estão mostrando e cada vez mais vão mostrar, com o tempo, o quão danoso essas atitudes são. A desigualdade social não é a causa da doença, é um sintoma. O Brasil é um país pobre. O PIB, se fosse dividido de maneira completamente igualitária como pregam os utópicos, daria pouco mais de 2 mil reais por pessoa por mês. Um salário que não permite a vida com dignidade em uma grande capital por exemplo. Se houvesse igualdade social plena no Brasil, todos seriam pobres, simples assim. Que tal partirmos para a real discussão então? Por que somos pobres, sendo um país tão grande e com tantos recursos? Porque não somos competitivos. Porque não atraímos investimentos. Porque somos um país caro, burocrático. E quem é o responsável por manter esse cenário? O Estado brasileiro. Que nos últimos anos tem ficado cada vez maior. E o pior é que há quem defenda.









Thiago Gonçalves (21/03/2014 17:25:09) Guilherme Gomes, data venia, ouso discordar da sua opinião. Primeiramente, acreditar em informações prestadas por uma empresa que constantemente se beneficia por obras públicas é o mesmo que acreditar no papai noel ou coelhinho da pascoa. Isso não passa de uma justificativa pré-elaborada para quando chegasse o momento de ter que justificar o empréstimo. Cade esses empregos? A economia está estagnada, PIB ridículo, dólar subindo, taxa de juros em disparada, aumento de tributos e energia, trânsito caótico, criminalidade desenfreada, serviços públicos essenciais totalmente precários, etc, etc. Enfim. Agora, você é quem precisa pesquisar antes de discutir sobre a revolução socialista/comunista que está por vir... Já ouviu falar do foro de são paulo? E o estatuto do desarmamento, o marco civil da internet? Sem contar a patifaria havida em nossa mais alta corte, onde ministros foram movidos como peças em um tabuleiro de xadrez para absolver a cúpula da quadrilha. No tocante ao mensalão, você tem noção da real intenção por traz? Ipso facto, controlar o judiciário, o legislativo, os meios de comunicação, desarmar a população, suprimir a oposição, nada mais é do que do que uma tentativa de revolução socialista/comunista. Leia sobre a cartilha leninista. Pare para pensar, quais eram os objetivos do lula, dilma, josé dirceu, genoíno, no passado?






(21/03/2014 19:51:37) Caro Jeniss. Quantitativamente você tem menos argumentos. Aliás, questiono a concentração de renda. De onde você tirou esse dado? Delfim Neto pode estar certo quanto ao bolo repartido. Mas a escolha(ou grande maioria delas) do governo militar na parte econômica gera frutos até hoje. Eles causaram essa inflação devido a alta importação, para que o Brasil pudesse ser mais independente. Seria como pagar uma conta alta a um país, pra não depender dele no futuro. Recomendo fortemente que leia Werner Baer - Economia Brasileira. De maneira que o debate possa ser mais frutífero. Abraços Ps: vale lembrar que o Delfim Neto, junto com Krugman, disse que o país não está uma catástrofe e que não passamos por dificuldades. Talvez seria melhor buscar outras fontes de conhecimento.



Walter Moralles (21/03/2014 21:18:39) Guilherme Gomes, não muito o que falar, o Thiago Gonçalves ja expressou bem minha opinião, que tanto entrosamento que este governo tem com governos de extrema esquerda ??? não gera suspeitas, o pouco que se sabe vem de Marcelo Odebrecht que vive na cola do governo a muito tempo, tudo super faturado, não gera suspeitas ??? Foro de São Paulo ??? Marco Civil da internet ??? Apoio ao MST com dinheiro publico " BNDS". Alinhamento com José Mujica, Fidel Castro, Evo Morales, Cristina Kirchner, Nicolás Maduro, Michelle Bachelet, entre outros, perdão de dividas e mais empréstimos escusos para países Africanos, e suas ditaduras ??? Em Moçambique, foram perdoados 95% da dívida, a maior proporção da década, não gera suspeitas ??? Enquanto esfola povo brasileiro com impostos, este governo perdoa dívida de ditaduras comunistas pelo mundo, isto não basta para gerar duvidas ??? Aparelhamento do estado contra o cidadão de bem, perdão para mensaleiros, sabidamente julgados ao longo de 8 anos. O que falta é patriotismo e olho mais aberto, e tem muitos interesseiros e coniventes com o desmando que se instaurou no pais.

 

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