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domingo, 16 de agosto de 2015

TALK CD


Formato que estreou no mercado em 1982, prometendo levar para todos os lares o som digital, límpido e sem chiados, o CD chega aos 33 anos de idade sem grande festa, responsável pelo desenvolvimento da pirataria musical em larga escala por ser fácil de copiar, e ainda expandir a circulação pela internet que derrotou a pirataria e deu a todos acesso a música de streaming. As gravadoras devem estar morrendo de saudades das velhas fitas cassete. A Federação Internacional da Indústria Fonográfica apontou que, pela primeira vez na História, as receitas digitais (de downloads e streaming) e físicas (CDs, DVDs, LPs) tinham se igualado no mundo, em 46%
No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), nos primeiros seis meses de 2015, verificou-se uma queda de 11,5% na venda de música em meios físicos. E, assim, pela primeira vez, o faturamento das grandes gravadoras brasileiras com a música digital ultrapassou o da física, graças, principalmente, ao fenômeno do streaming.
Na década de 90 o Cd iniciou sua era de realeza, você tinha aparelhos para sair por aí ouvindo os discos, Mas eles ficaram obsoletos muito rapidamente, ainda mais depois de 2001, quando apareceu o iPod (o mais bem-sucedido tocador de MP3, desenvolvido pela Apple).
O problema é que a tecnologia evoluiu mais rápido do que se esperava, e os sistemas de compressão de arquivos se desenvolveram, possibilitando a distribuição digital de música, absorvendo e acabando até com a indústria da pirataria, e do preconceito de baixar músicas  em circulação pela rede. Hoje com a possibilidade de se achar qualquer música na Internet e baixa-la no seu computador e copiar num CD ou Pen-drive, a Industria musical teve que jogar a toalha e se convencer que a música física está em seus últimos suspiros.
As projeções para a sobrevivência do CD (que em seus tempos de glória levou os brasileiros a comprar 3,328 milhões de cópias de um único álbum, “Músicas para louvar o Senhor”, do Padre Marcelo Rossi — até hoje o CD mais vendido do país) são de que ele dure apenas como alternativa para presentes ou para colecionadores.
Os novos artistas não querem mais falar somente da gravação de discos,ou Cds , para ganhar dinheiro com música, as grandes produtoras preferem lançar carreiras de novos sem o uso do formato físico. Ambos preferem evitar discussão sobre CD porque ela não tem mais relevância, querem se  concentrar totalmente na discussão do direito autoral na internet”.
Especialistas acham que eles vão continuar por um bom tempo ainda por aí de alguma forma. Mas, em dez anos, globalmente, eles devem deter uma porção muito pequena do mercado, cerca de 5% .
 Os LPs de vinil (que ressurgiram com alguma força nos últimos anos) são uma coisa retrô e hoje detêm algo próximo de 2% do mercado, podendo crescer, pois contam com a diferença do som, analógico. Isso não acontece com o CD, que tem o mesmo som do streaming. Os CDs, na verdade, não passam de uma mídia feita para se armazenar dados digitais.

Como um amante inveterado de discos desde o vinil, vejo com tristeza o começo do fim da era do disco físico, embora durante todo o tempo veja ganhos e perdas. Nos anos 70 era difícil acompanhar e comprar todos os discos que tocavam no rádio, que era a grande plantaforma que sustentava o status dos grandes astros no mundo, hoje é fácil encontrar e baixar sua música preferida, mas não há mais astros, e a música virou pó de estrelas. Depois que tudo já foi dito e feito em matéria de música, parece que não há muita esperança não só para os discos,talvez  estejamos apenas reciclando músicas.
Por conta destes tempos de sons esquálidos e fragmentados os que vivem de música e com música começam a se perguntar o que vai acontecer no futuro. Como as perguntas da música "Talk " do Coldplay. A canção pede a um robô extraterrestre para cantar uma canção, mas uma que nunca ninguém antes cantou. 


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