Os europeus estão numa saia justa, com as autoridades sendo cobradas para dar um jeito na situação. De um lado são cobrados pelas instituições de ajuda humanitária, e outros países que não estão na confusão, para abrigarem as milhares de pessoas que atravessam o Mediterrâneo, por outro pelos habitantes da grande Europa que não querem nem pensar em receber gente com um histórico cheio de conflitos e que não conseguem conviver nem com seus pares.
As fontes responsáveis pelo monitoramento de refugiados afirmam que os números dispararam com o tempo bom no Mediterrâneo, como já se viu nas primeiras semanas de abril, apontam para “aumentos importantes que vão gerar, sem dúvida nenhuma, um acúmulo de situações preocupantes” para o conjunto do ano. Pela rota do Mediterrâneo oriental, Macedônia, ilhas gregas e a Bulgária, penetraram 13.500 pessoas, quase o triplo do período de janeiro a março de 2014, e, pela Espanha, outros 1.200. Totalizam quase 57.300 pessoas, segundo os dados da Frontex, órgão criado pelos estados para controlar o fluxo de refugiados; no primeiro trimestre de 2014 eram praticamente um terço, 22.500.
A Europa aborda o problema com uma dupla vertente, nenhuma delas muito bem-sucedida. A primeira, um maior controle das fronteiras. O outro é usar o esquema da Frontex para diminuir os naufrágios. Mas a Frontex quase não tem ativos e se nutre basicamente do que é aportado pelos Estados Europeus.
Os líderes políticos custam a fornecer mais meios; em muitos casos, porque acreditam que a existência de barcos que na prática vão salvar vidas provoca um efeito chamativo nas máfias e nos próprios imigrantes, o que eleva a magnitude do problema. Em outros, os países nórdicos e a Alemanha, porque consideram que já estão dando asilo a muita gente.
Na verdade, o mais lógico, é que os europeus não querem saber de abrigar os vizinhos d'além mar e tem vários motivos. Os fugitivos das guerras civis da Síria e Iraque, do Afeganistão, Líbano e outros países vizinhos, não tem histórico de boa convivência entre sí, são de uma cultura muito diferente da européia e ameaçam os já escassos empregos no continente. Foram forçados à fuga pelo mediterrâneo por causa do avanço ameaçador do EI, mas milhares já foram mortos e outros tantos vivem em campos de refugiados nas fronteiras destes países desde o começo da primavera árabe em 2011.
Os europeus estão vendo no seu quintal uma mistura de sunitas, jihadistas, xiitas entre outros e temem que o conflito entre os grupos acabem com a paz no meio da união européia. Quase todos dizem ser sírios, a fórmula para poderem receber o estatuto de refugiados e garantirem o desejado asilo. Em Kos, na Grécia, quem tiver passaporte sírio tem direito a embarcar no “Eleftherios Venizelos”, o ferry fretado pelo governo grego para abrigar e tratar dos refugiados.
Os Quem vem do Afeganistão, do Paquistão ou do Iraque tem mais dificuldades em conseguir asilo e as tensões já começaram a surgir.
O fator religião também não ajuda. Ainda mais com os radicais muçulmanos pregando a conquista mundial pelo Islã. Ninguém pode garantir também que no meio dos fugitivos não estejam escondidos membros do Estado Islâmico ou outros radicais aproveitando a ocasião para entrarem despercebidos com a missão de provocar atentados no coração da Europa.
Especialistas e corneteiros de todo o mundo gritam para as autoridades europeias tomarem providencias para evitar as mortes no Mediterrâneo, mas deveriam saber que pouco pode ser feito.
A opção de estancar a fuga na origem, ajudando um dos lados das guerras internas fracassou em episódios anteriores, como na invasão do Iraque pelos EUA, ou o fornecimento de armas para grupos derrubarem os governos da Líbia e Siria e que depois se tornariam uma ameaça maior, deixando as populações destes países no meio do fogo. Agora fornecer armamento para combater o EI pode ser como jogar fogo na gasolina, pode ajudar na formação de um novo grupo terrorista como foi formado a Al Qaeda. Embora as intenções primárias fossem boas, a verdade é que alguns países da Europa ajudaram os EUA a desestabilizar a balança politica no Oriente médio..
Agora todos vão ter que arcar com sua cota de refugiados, mesmo de má vontade. Afinal, os europeus estão apenas recebendo a conta das más ações praticadas por seus governantes, que se intrometeram na politica da região movidos apenas por interesses econômicos.
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