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sábado, 14 de fevereiro de 2015
Era uma vez...
Os extraterrestres que observam o sistema solar talvez contem um dia, que esta parte da superficie terrestre, tão linda que se assemelhava à um paraíso, era habitada por um povo feliz embora primitivo. Esta parte do planeta era uma longa linha de terra banhada pelo oceano por um lado em quase toda sua extensão e no seu interior, banhado por variadas fontes dágua, estava a maior das florestas do mundo. Nestas terras não havia manifestações vulcânicas nem terremotos e elas eram tão férteis que poderiam alimentar o resto do pequeno mundo azulado. Nesta parte baixa não havia o flagelo da neve e fazia sol quase todo o ano terrestre, o que levava o povo nativo a fazerem festas todo o tempo, aproveitando as delicias do sol, das praias, da água e das frutas. A população era composta das mais variadas raças e adorava vários deuses, não entrava em conflito com outros povos e o lugar era obviamente muito visitado e escolhido como o paraiso tambem para malfeitores de diversos pontos do planeta, pois todos eram bem-vindos e seus governantes com o passar do tempo abdicaram da figura da autoridade, não achando-a necessária num país que queria ser um simbolo da liberdade. Não se sabe se a influência da cultura multi-facetada levou à falta de senso ou a falta de senso levou a um misto de incompetencia e irresponsabilidade.O governo central, que não era cobrado, passou a se ocupar de outras coisas que não a administração daquela terra abençoada.
A educação deste povo foi diminuindo de uma geração a outra e em pouco tempo a liberdade virou abandono. Sem governos responsáveis e sem autoridade, a população se duplicou em poucos anos em espaços não renovados, as cidades ficaram lotadas demais levando ao aumento do consumo de água e alimentos, tornando um descompasso a oferta de escolas e hospitais. Cresceu a produção de lixo sem que houvesse projetos para recicla-lo e a sub-vida levou as pessoas a poluirem os rios e lagos, e a água começou a faltar. Desmataram as florestas e grande parte da maior delas, levando a uma crescente mudança no clima. Começaram a surgir temporais e enchentes, a temperatura começou a se elevar a níveis nunca vistos. A miséria aumentou. Sem respeito por autoridades e desgovernadas as pessoas começaram a ficar mais violentas e a impunidade os transformou num dos povos mais violentos do planeta, matando uns aos outros por motivos banais. Mas todos ainda acreditavam que isto tudo era natural e que ainda viviam em plena liberdade. Todos pensavam que tinham direitos mas não se lembravam mais dos deveres. As instituições faliram, enquanto a maioria comemorava não se sabe o que. Grandes centros populacionais, as maiores cidades, ficaram sem água e em temperaturas elevadissimas. O povo procurou culpados, os governantes tinham fugido com o dinheiro. As regras e leis abandonadas, pouco a pouco fizeram as pessoas descobrirem que estavam cada um por sí, sem presente e sem futuro.
Moral: Abandono não é Liberdade.
(Continua) ?
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