Tem dias que a gente se sente...
Um pouco, talvez, menos gente.
Um dia daqueles sem graça,
De chuva cair na vidraça...
Um dia qualquer sem pensar,
Sentindo o futuro no ar,
O ar, carregado sutil...
Um dia de maio ou abril.
Sem qualquer amigo do lado,
Sozinho em silêncio calado,
Com uma pergunta na alma,
Por que nessa tarde tão calma,
O tempo parece parado?
................................,..................
Está em qualquer profecia
dos sábios que viram o futuro,
Dos loucos que escrevem no muro.
Das teias do sonho remoto,
Estouro, explosão, maremoto.
A chama da guerra acesa,
A fome sentada na mesa,
O copo com álcool no bar,
O anjo surgindo no mar,
Os selos de fogo, o eclipse,
Os símbolos do apocalipse.
Os séculos de Nostradamus,
A fuga geral dos ciganos.
Está em qualquer profecia, que o mundo se acaba um dia.
Um dia...
AS PROFECIAS (Raul Seixas & Paulo Coelho
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