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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Em busca do código perdido

Há tempos,as revistas em quadrinhos exibiam um logotipo para mostrar que
eram aprovadas por um código de ética,e a maioria das crianças, mesmo as
pobres,tinham o hábito de ler,incorporando desde cedo um conjunto de
valores e regras seguidos à risca pelos herois das revistas que liam, o que
as faziam acreditar que o bem sempre vencia o mal.
Na transição para o regime democrático,as pessoas que tinham esta

formação esperavam que os novos brasileiros seguissem o velho código
pelo automatico, mas os valores não foram bem passados ou não foram
bem recebidos, e hoje estão largados num limbo espaço-temporal formado
por um buraco negro que está sugando toda a escala de valores que
formam um bom ser humano, e com tal poder que nem o antigo super-
homem poderia dar jeito.
Se pudessem contar com os herois dos quadrinhos para resolver os

problemas atuais, os que clamam por ajuda logo descobririam que nem os
Super-herois dariam jeito no caos tupiniquim.O Flash até alcançaria mais
rápido que a policia rodoviaria os motoristas que dirigem bébados e na
contra-mão,mas isto não é considerado um problema.
Adolescentes armados;as fraudes;as Igrejas saqueadas; crianças e jovens

que desaparecem, os saques aos cofres públicos... são casos que
teoricamente o Mandrake,o Fantasma ou o Batman dariam conta do
recado,mas antes enfrentariam grandes dificuldades,criadas pelo
nosso "choque de civilizações",(Vide a briga pelos royalties),e também

pela comissão de direitos humanos.
As gerações regidas pelo código de moral e civismo,assustadas com o

crescimento do buraco negro, ficariam mais temerosas ainda após o grande
Mandrake,se recusar a vir ao Brasil, posto que o mágico ao ser contactado
para fazer aparecer o dinheiro que some dos cofres públicos,alegaria não
sem razão,que só pode fazer reaparecer algo que ele mesmo tenha dado sumiço.
E o Fantasma,simplesmente declinar do convite,depois de ter sido alertado
por seus advogados, que fora escolhido como muso da parada gay, por
conta do seu uniforme vermelho berrante,(às vezes roxo ou lilás).
Contratado para combater os criminosos mais perigosos,como traficantes,

membros do MST,e corruptos em geral, Batman voltaria mais paranoico
ainda para Gothan city ao ver os chefes do crime,que tanto trabalho deu
para prender,soltos por um hábeas-corpus antes que chegasse na bat-caverna.
Para destruir o vórtice e resgatar o código perdido só mesmo Super-Herois c

om mais tecnologia e superpoderes.Os X-MEN seriam os mais indicados.
Mas logo apareceria um deputado com a brilhante ídeia de inclui-los num
sistema de cotas para portadores do gene X,fato que causaria polêmica,
tendo que ser julgado pelo STF,o que paralizaria as ações por alguns anos.
Outros teriam problemas com o ministério público, como o Homem aranha,

acusado de atentar contra a própria vida,ao se balançar entre os prédios de Brasília.
Vendo que combater bandidos aqui é igual a enxugar gêlo, o Homem

de ferro, como bom empresário,aproveitaria a isenção do IPI,para fazer
uma franquia e vender armaduras populares a preços de custo para a
população,muito úteis para se defender das balas perdidas, ônibus
incendiados e pedras arremessadas em para-brisas.
Num país sem autoridades,onde a consolidação democrática ameaça

demorar um século, o buraco negro tende a crescer e levar tudo que
ainda resta de ética e moral para sempre, já que parece ser uma obra
de Loki,o deus do mal.
Thor,e seu martelo encantado,poderia destruir esta artimanha mas,
depois de ser expulso da terra dos deuses,o Deus do Trovão como
belchior, nunca mais foi visto. Nem no Uruguai.
A última esperança é que uma legião de brasileiros comuns,resolvam

criar condições para que o povo volte a respeitar o código de ética e
enfim respirar os ares da paz. E que naturalmente o bem,vença no final.

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