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segunda-feira, 5 de maio de 2008

THE BLACK SWAN

O IMPACTO DO ALTAMENTE IMPROVÁVEL

Desde que começou a pensar, o ser humano começou a se preocupar com o futuro.Eu acho.Baseado no que observei durante todo meu passado. Nostradamus não foi o único a querer vislumbrar o que vai acontecer.De vez em quando alguém tenta explicar para a humanidade como vai ser o futuro. Somos seres ainda envolvidos por premonições, logísticas, previsões, estatísticas, mães de santo. Seres em estado atrasado da evolução, eu acho. Quando escapamos de situações extremas, não sabendo porquê, atribuímos tudo á mão da santa providência. Nesta hora o futuro a Deus pertence.
O filósofo e matemático libanês Nassim Nicholas Taleb chama acontecimentos extremos de “cisnes negros”, título de seu último livro, nos EUA. The Black Swan – The Impact of the Highly Improbable (O Cisne Negro – O Impacto do Altamente Improvável). Dono de um MBA em Wharton, uma das escolas de Administração mais respeitadas do mundo, e de um ph.D. na Universidade de Paris, Taleb foi também foi corretor do mercado financeiro. Fez sua carreira lidando com operações arriscadas, (com previsões!). Hoje, se dedica à filosofia e é professor na Universidade de Massachusetts.Em seu livro, Taleb classifica como “cisnes negros” aqueles acontecimentos fora da normalidade e de extremo impacto. São fatos para os quais, atônitas, as pessoas buscam explicações em retrospecto. E maior é o espanto se não encontram uma explicação no passado. Os atentados de 11 de setembro se encaixam nesse perfil.
Eis a tese de Taleb: O acaso tem um peso muito maior na História e em nossa vida do que gostaríamos de reconhecer. Somos surpreendidos por fatos fora da normalidade porque não reconhecemos os limites do conhecimento humano. Para Taleb, mais importante que aquilo que sabemos é o que não sabemos. Como a quantidade de coisas desconhecidas é muito maior que a de conhecidas, deveríamos parar de tentar usar nosso parco conhecimento, baseado no passado, para fazer previsões “enganadoras” sobre o futuro. O título do livro foi criado á partir de uma história exemplar sobre o conhecimento humano. Baseados no conceito da observação, até o século XVIII os cientistas acreditavam só haver cisnes brancos – afinal, nunca haviam visto um espécime de outra cor. Tal verdade durou até a descoberta da Austrália, onde existiam cisnes Negros. Aquilo que os especialistas julgavam ser a realidade dos cisnes era irreal. Apenas uma prova de que usar nosso conhecimento para prever o futuro não passa de perda de tempo, pois o futuro é regido pelo desconhecido, portanto pelo acaso.
Taleb é um defensor do acaso e um crítico feroz da indústria das previsões. Ele diz ter se convencido de que o mundo (os terráqueos, bem entendido) não segue as regras da lógica e é guiado mais por comportamentos estúpidos que pelo equilíbrio e pela igualdade. Na parte pessoal, além da boa vontade, a sorte e o imprevisto teriam um impacto muito maior do que nós, humanos, gostamos de admitir
Taleb é um crítico da ciência tradicional e de seus métodos. Para ele, cientistas, intelectuais e especialistas de todo tipo acreditam saber muito mais do que sabem de fato.(Eu sabia) Para ele, seria melhor esquecê-los. Eles se concentram demais em determinado tema , sem prestar atenção ao que está ao redor. Observar o passado e o presente para definir traços comuns e prever comportamentos futuros – não proporciona nenhuma garantia.Um exemplo prático foi a quebra da empresa gestora de recursos Long Term Capital Management (LTCM), em 1998. A LTCM tinha entre seus gestores os economistas Myron Scholes e Robert Merton, laureados com o Prêmio Nobel um ano antes. Nem isso salvou seus clientes de perder dinheiro, porque eles arriscaram demais baseados em sua esperiencia. Outro ‘cisne negro’ foi o tsunami de 2004. Nenhum sistema de controle teria conseguido prever ou evitar a onda gigante, resultado de um terremoto no fundo do Oceano Índico, que varreu a costa de países da Ásia e da África e matou milhares de pessoas. Em casos como esse, os especialistas começam a construir as explicações em retrospecto e, sem exemplos para se basearem devido ao pouco conhecimento, tentam forçar associações entre fatos, chegam ás opiniões pessoais e não admitem sua incapacidade ou insistência em fazer previsões.

Mas Taleb é também humano. Falando sobre mercado financeiro, sua argumentação é boa. Quando trata do engano de confiar demais no conhecimento, também se sai bem. Erra ao superestimar seu próprio conhecimento, deixando de lado o que o cerca. A esperança no futuro, além de uma característica humana, é uma condição para nossa evolução. Sempre esperamos o melhor no futuro, com ou sem imprevistos.

Fonte: Revista época

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